À medida que nos aproximamos das eleições majoritárias de 2024, o cenário político brasileiro se desenha como um campo fértil para inovações e desafios. A polarização, uma característica marcante das últimas eleições, promete continuar sendo um elemento-chave. Entretanto, os marqueteiros e estrategistas políticos enfrentam novos desafios e oportunidades, especialmente com o avanço da inteligência artificial e o combate às fake news.
A polarização, que dominou as eleições passadas, transformou o panorama político. Estrategicamente, isso requer campanhas mais focadas em consolidar bases eleitorais enquanto tentam atrair eleitores indecisos. A emoção continua sendo uma ferramenta poderosa, apelando para valores e ideais que ressoam profundamente com segmentos específicos da população.
A inteligência artificial (IA) está se tornando uma ferramenta estratégica crucial. Sua aplicação na análise de dados, comportamento do eleitorado e personalização de mensagens pode ser um divisor de águas. Contudo, seu uso levanta questões éticas importantes, especialmente em relação à privacidade e manipulação de informações.
As fake news, um dos maiores desafios das últimas eleições, continuam a ser uma preocupação. A disseminação de informações falsas não apenas confunde os eleitores, mas também ameaça a integridade do processo eleitoral. Estratégias eficazes de combate a fake news, incluindo educação digital e parcerias com plataformas de mídia social, serão essenciais.
Relembrando os maiores marqueteiros da história, desde Duda Mendonça a João Santana, percebemos a evolução das estratégias de marketing político. Esses profissionais revolucionaram a forma como as campanhas se comunicam, utilizando a televisão e, mais recentemente, as mídias digitais, para criar narrativas poderosas.
As eleições passadas no Brasil foram marcadas por um uso intensivo das redes sociais, campanhas de desinformação e um apelo crescente a discursos populistas. Para 2024, espera-se que as campanhas se tornem ainda mais digitais, com um enfoque em Microtargeting e conteúdo personalizado, enquanto equilibram a necessidade de transparência e autenticidade.
Microtargeting é uma estratégia de marketing que venho usando para segmentar audiências de forma muito específica, permitindo que as campanhas eleitorais direcionem mensagens personalizadas para grupos pequenos ou até indivíduos com características e interesses particulares. Essa técnica é especialmente poderosa na era digital, onde uma grande quantidade de dados pessoais pode ser coletada e analisada.
Olhando para 2024, os desafios são muitos, mas as oportunidades também. A capacidade de adaptar-se às novas tecnologias, mantendo um compromisso com a ética e a verdade, definirá o sucesso das campanhas. Como profissionais de marketing, temos o dever de utilizar nossas habilidades para promover um debate político saudável e informativo, essencial para a democracia.
Por Claudio Cordeiro